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(2ª PARTE) DESAFIOS PARA IMPLANTAÇÃO DA ECONOMIA CIRCULAR E LOGÍSTICA REVERSA

CONCEPÇÃO DOS PRODUTOS E PROCESSOS PARA A ECONOMIA CIRCULAR E LOGÍSTICA REVERSA.


Conforme examinado em artigos anteriores uma das condições essenciais para que esta nova economia seja implantada é que haja uma visão integrada do produto, analisando todo o seu fluxo ao longo das cadeias diretas e reversas, desde sua criação na fase de projeto, os seus processos de elaboração até o seu reaproveitamento ou de seus materiais constituintes e destinação aos mesmos mercados de origem ou a novos mercados.

Portanto, os produtos planejados com esta visão deverão satisfazer às condições de sustentabilidade ambiental desde a concepção de sua fabricação, de suas embalagens, dos transportes, das armazenagens, assim como a preocupação na sua utilização pelo consumidor e pelo seu reaproveitamento de alguma forma, após seu descarte, fechando o ciclo virtuoso da sustentabilidade.

Desenvolvemos a seguir algumas das ideias da Economia Circular, que se revelam complexas e desafiadoras quando se pretende a mudança do sistema de “economia linear” para o da “economia circular”.

· Integração de produtos e materiais reaproveitados, remanufaturados ou reciclados, nos processos de elaboração de novos produto, visando aumento da porcentagem de participação. Este aspecto é de grande importância para a geração de mercado conforme veremos quando tratarmos deste assunto adiante.

· Durabilidade e reutilização dos produtos é um dos fundamentos do projeto do produto. A durabilidade garantirá a possibilidade de o cliente optar por adquirir o produto ou o serviço que o produto oferece. Evidentemente que este aspecto pode variar em função do objetivo do cliente. Quer dizer, comprar horas de lavagem de roupas e não a máquina de lavar, comprar o uso do automóvel e não o próprio, entre outros exemplos.

· Projeto de um produto reaproveitado que possa efetivamente competir com o novo, garantindo mercado e a manutenção do fluxo nas cadeias diretas e reversas. Isto quer dizer que este produto reaproveitado deve ter atrativos técnicos e estéticos equivalentes ao novo, motivo pelo qual as empresas fabricantes originais devem “entrar” de fato neste campo de reaproveitamento.

· Redução de materiais nocivos ao meio ambiente e à saúde em geral. Regras Rohs (Restritions on the use of Hazardous Substances – Restrições no uso de Substâncias Perigosas) podem servir como parâmetros.

· Prover seus produtos e a logística reversa correspondente de “Embalagens retornáveis”. A decisão deve levar em conta os custos do retorno das embalagens descartáveis quando comparados com as retornáveis. Lembrar que o custo de retorno de embalagem descartável é muito alto, contendo os custos de coleta em todas as regiões onde a embalagem descartável foi distribuída, seus processamento e sua armazenagem no retorno, e os custos de seu reaproveitamento, quando a PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos) é aplicada integralmente a todos os produtos.

· Condições de transporte e armazenamento

Em todas as movimentações dos produtos e materiais é necessário planejar estes recursos de forma a reduzir emissões, garantir eficiência nas viagens, assim como a escolha adequada do modal de transporte.

· Organização da Logística Reversa

Sua organização, embora complexa, é fundamental para garantir eficiência nos processos de equacionamento dos fluxos de produtos e materiais usados para os devidos destinos. Áreas especializadas dentro do organograma da organização certamente facilitarão as ações nesse sentido.

· Facilidade para o reaproveitamento

Trata-se de planejar o produto tendo em vista a minimização de custos e eficiência nos processos de reaproveitamento. Projetistas astuciosos darão atenção especial às operações envolvidas com o reaproveitamento do produto, componentes e materiais constituintes. O projeto, portanto, visará a redução ou eliminação de aspectos construtivos que dificultam a desmontagem dos produtos, assim como a perfeita identificação dos materiais constituintes de suas partes. Redução ou eliminação de:

  • Fixações por meio de soldas metálicas ou colas

  • Uso de ligas ou mesclas de materiais

  • Diversidade de Cores

  • Número de plásticos no mesmo produto

  • Entre outros aspectos

· As empresas devem habituar-se a providenciar “Manuais de Desmontagem” para facilitar as operações e reduzir custos, com garantias de segurança operacional devido a eventuais produtos perigosos na manipulação. Embora não se trate de um grande desafio, evitará também as dificuldades impostas pelas mudanças de projeto nos seus modelos de produtos.

Novos desafios a serem examinados em próximos artigos:

· Mercado para os materiais e produtos reaproveitados - redução de preconceitos sobre materiais e produtos reaproveitados

· Conscientização e comprometimento da sociedade;

· Novas legislações facilitadoras;

· O desenvolvimento de novos materiais que permitam melhor reaproveitamento;

· Novas formas de consumo que substituam a venda pela locação do serviço;

· A intensificação do uso de tecnologias 4.0

· Os custos das operações de reaproveitamento e a complexidade da logística reversa são relevantes;

· restrições técnicas de uso do reaproveitado


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