Recentemente a Logística Reversa tem sido mencionada com maior frequência em todas mídias nacionais e mundiais. O motivo principal é a percepção gradativamente maior de empresas e da sociedade moderna sobre a necessidade de equacionar o correto destino de produtos que retornam do mercado, de instituições empresariais ou de consumidores, por diversos motivos e origens, sejam usados ou ainda não consumidos.
No entanto, ainda existe certa dificuldade na percepção de que este retorno de produtos pode oferecer ganhos financeiros, além de outras vantagens, aos agentes envolvidos com os processos desse retorno.
Como já é de hábito utilizaremos a divisão da Logística Reversa em suas duas áreas de atividade, de acordo como professor Leite (2003,2009,2017), e citaremos somente alguns aspectos mais marcantes das danosas perdas que as empresas incorrem caso não se organizem em Logística Reversa:
Logística reversa de Pós-venda: retorno de produtos ainda não consumidos
As áreas mais comuns de devolução e retorno de mercadorias por diferentes razões podem ser relacionadas a: comercio eletrônico – varejo tradicional – assistência técnica. Embora não sejam as únicas são as mais volumosas e onde as empresas podem ganhar dinheiro.
Examinando somente o aspecto financeiro, pois existem outros menos tangíveis como a imagem empresarial muitas vezes mais importantes do que o financeiro, a empresa ao receber devolução ou retorno por qualquer motivo (existem muitos!) a perde em faturamento final.
É fácil entender que se a empresa fatura 100 e tem um retorno de 10 seu faturamento cai para 90. Se fosse somente este o custo ainda seria pouco, mas o custo total de retornar mercadorias é extremamente maior do que o envio para o mercado, chegando a ser de 5 a 10 vezes mais caro por unidade retornada.
A recuperação deste custo, seja pela reparação da falha ou pela prevenção do processo de retorno adotando uma Logística reversa organizada e eficiente, irá impactar positivamente diretamente o resultado financeiro da empresa.
Ora, então o importante para a empresa é entender os processos e melhorá-los com sua equipe ou com consultores especializados, e aumentar o seu faturamento final definitivamente. Muitas são as oportunidades, mas é necessário perceber que existe um potencial enorme de economias a ser feitas através da implementação da Logística Reversa.
Logística reversa de Pós-consumo : retorno de produtos consumidos ou usados
No caso de produtos de pós- consumo o ganho se dará através da reintegração de produtos ou materiais reaproveitados no produto fabricado. Produtos ou componentes remanufaturados, materiais reciclados em geral representam custos muito inferiores em relação àqueles originais.
Além de contribuir para a Economia Circular, necessária para as sociedades atuais, a empresa pode utilizar inteligentemente estes processos como fonte de marketing ambiental e ainda economizar de forma significativa, aumentando sua competitividade de custos no mercado.
Evidentemente existem limitações de diversas naturezas para a reintegração de produtos, componentes ou materiais reaproveitados, mas é de interesse empresarial enfrentar estas dificuldades.
Aspectos técnicos podem ser enfrentados com parcerias verdadeiras, preconceitos reduzidos com sistemas de garantia de qualidade estabelecida, além de outros aspectos. Torna-se, no entanto, importante que as empresas percebam as vantagens dentro destas limitações e gerem seus próprios sistemas de reaproveitamento direta ou através de terceirização de processos sob sua perspectiva de qualidade.
Não será preciso lembrar a mais óbvia realidade, que empresas fornecedoras de materiais, componentes e produtos reaproveitados podem ser de boa ou má qualidade como qualquer outra empresa.
Novos posts serão publicados abordando outros caminhos para ganhos através da Logística Reversa. Continua a nos seguir em www.clrb.com.br
PROF. PAULO ROBERTO LEITE