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A INDÚSTRIA PERCEBE OS BENEFÍCIOS DA REMANUFATURA

Notícia neste 12 de outubro de 2022 no jornal O Estado de São Paulo anuncia que o grupo automotivo Stellantis, que reúne as marcas Fiat, Peugeot, Citroën, e Jeep anuncia em Amsterdam, em nível mundial, a introdução das atividades de Remanufatura e Reciclagem de peças automotivas em sua estratégia global.


“Remanufatura” de um produto durável, muitas vezes também conhecido como processo de “Reconstrução”, ou ainda de “Recondicionamento”, além de outros nomes específicos em cada setor, é o processo industrial de reconstrução do produto reaproveitando os componentes e materiais que oferecem condições tecnológicas. O produto reconstruído desta forma tem a mesmas características e funcionalidades do produto original.

“Reciclagem” de um produto ou embalagem é o “processo industrial” de extração dos materiais constituintes. Extraem-se materiais como plásticos, vidros, metais etc., que serão reaproveitados ou incorporados a novos produtos ou embalagens. Observe-se que nesse processo existe a destruição dos produtos e seus componentes, reduzindo-os às suas matérias primas originais, com maior ou menor valor econômico em função do tipo de material extraído. Em outros artigos já comentamos sobre a questão da reciclabilidade de materiais que, com exceção de alguns poucos, tem suas propriedades deterioradas.

Sob o ponto de vista da economia circular e sustentabilidade ambiental, o processo de Remanufatura deveria sempre, quando possível, ser priorizado em relação ao da reciclagem.

As atividades de remanufatura e reciclagem de materiais não são novidades no mundo dos negócios ao longo do globo, e têm sido utilizadas por algumas empresas perspicazes como forma de ganhos em faturamento e como iniciativas de sustentabilidade. Várias empresas as utilizam como a Xerox e Canon na área de copiadoras, Motores Cumins, Scania e Volkswagen entre outras várias fábricas de motores de caminhão, assim como uma grande quantidade de empresas de remanufatura e reciclagem independentes dos fabricantes originais dos produtos.

A indústria de remanufatura automotiva independente tem enorme importância econômica em todas as partes do mundo, inclusive no Brasil, sendo muitas vezes chamada indevidamente de “pirata”, de uma forma erroneamente generalizada. Existem empresas de remanufatura e reciclagem independentes com excelente qualidade, muitas já trabalhando para empresas fabricantes originais.

Felizmente as ideias que vimos lançando desde nossos primeiros livros de Logística Reversa em 2003, 2009 e 2017 começam a se fazer sentir em outras empresas, inclusive automobilísticas, que sempre tiveram a indústria de remanufatura como sua inimiga e concorrente no mercado.

Sempre defendemos que seria melhor as empresas fabricantes “entrar” no mercado de remanufatura e reciclagem, empregando o seu Know how com técnicas equivalentes às utilizadas nos produtos originais, garantindo qualidade e reutilizando as peças e materiais reaproveitados em suas linhas. As economias e os benefícios para o meio ambiente são enormes!

Estima-se que os custos de remanufatura de um produto equivalem a 20% do custo de fabricar o mesmo pela primeira vez, seja pela economia de material e de energia, e que desta forma o produto pode ser vendido por cerca de 40% a 50% do preço, com lucro apreciável para as empresas. Evidentemente é necessário desenvolver atividades especializadas, próprias ou com terceiros autorizados.

Empresas industriais com visão ESG (Meio Ambiente, Social e Governança) devem, portanto, privilegiar os processos de remanufatura, próprios ou terceirizados, de forma a economizar recursos naturais e redução de custos dos produtos, conscientizando o público ao consumo destes produtos e reduzindo preconceitos pela garantia da marca original.

A participação ativa de empresas nas áreas de reaproveitamento de produtos e materiais, tais como neste presente exemplo de Remanufatura e Reciclagem, certamente permitirá reduzir o “preconceito” de uso de peças e materiais reaproveitados, ainda muito perceptível no mercado em geral, seja pelas industrias para sua reintegração em fabricações seja pelo publico em geral.


A introdução das atividades de reaproveitamentos na estratégia competitiva das empresas, como já comentado em outros artigos, minimiza as possibilidades de concorrência disruptiva de seus produtos, evitando aparecimento de usos indevidos de seus produtos e marcas.

É com muita satisfação que leio esta notícia vindo desse grupo automotivo, esperando que seja seguido não só por outras empresas do setor assim como aquelas de outros setores empresariais.










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